Quando as palavras consomem o momento
E, hesitando, percorre o sentimento
Um caminho de profunda apatia
Triste fortuna, trágica agonia
O dia parece não acabar
O corpo já só sabe respirar
A alma partiu para outra vida
Demasiada mágoa sentida
Se pudesse fechar a alma ao sofrimento
E esquecer o fatal pensamento
Que suavemente desfaz o coração...
Pura e inigualável solidão
Seria talvez mais feliz
Por não saber o que disse ou fiz?
Será a ingenuidade a salvação?
Ou mais um estilhaço de destruição...
Thursday, September 11, 2008
Solidão
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 11:25 AM 19 pensamento(s) profundo(s)
Monday, June 2, 2008
Nem tudo se limita ao "memento mori"...
Com uma flor-de-lótus embainhada nas veias
Ela flutua através de inúmeras teias
Deslizando entre as chamas de um fogo já extinto
A vida consumida por cálices de absinto...
O riso estilhaçado pela melancolia
O canto enterrado, a noite tão fria
O campo de batalha no seu coração
A vida apagada pela solidão
E ela plantou a flor que sangrava
Por entre a mágoa ela dançava
A sua alma sustentada por um fio tão fino
A luta constante contra o destino
Ela nunca baixou o olhar
Nunca se escondeu ou deixou dominar
Deixando a mensagem que eu não queria ouvir:
Nunca te escondas...Não queiras desistir!
* "Memento mori" é um dos temas principais da poesia do Barroco... Tendo estado a estudá-la nas aulas de alemão, quis aproveitar o tema... =))
Esta é a história de alguém que, embora sofresse demasiado, não escolheu a morte de livre vontade...Não procurou a morte... Não se importou minimamente com ela...
Pois, nem tudo se limita à morte... "Memento mori" lembra-nos de que um dia iremos morrer... Eu procuro lembrar que estamos vivos... =)
Às vezes, podemos construir cidades inteiras a partir de destroços...
Não acredito que não escrevi nada durante um mês inteiro... Isto é um crime... =/ *
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 9:22 AM 7 pensamento(s) profundo(s)
Sunday, April 20, 2008
Abismo...
Agarrando-me aos estilhaços de esperança
Deixo-me consumir pela insegurança
Contando inúmeras lágrimas de prata
Escondo, dentro de mim, o que me mata
Cânticos inocentes confundem o coração
Gotas de chuva gelada libertam a solidão
Sonhos infelizes perturbam a vida real
Palavras envenenadas e um destino fatal
Abre os olhos e vê os pedaços a vaguear
Fazem parte da alma que não conseguiu aguentar
A tristeza da vida e o sofrimento do mundo
Deixou-se cair nesse abismo profundo
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 8:24 AM 10 pensamento(s) profundo(s)
Thursday, March 27, 2008
Conversas comigo mesma...
"Reflexos de um espelho de memória
Distorcem o olhar do coração
Escondem a alegria na escuridão
Imaginas-te a contar a tua história?
A preocupação, a tristeza
Que suavemente guardas no regaço
Que torna o teu olhar gélido e baço
Que te faz sempre sentir tão presa"
"Essa preocupação, por mim sentida
É porque existo para os ajudar
E se eles não soubessem cantar
De nada serviria a minha vida
E se a infelicidade me matar
Eles me guardarão na memória
Para que serve contar a minha história
Se não existir história para contar?"
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 9:20 AM 12 pensamento(s) profundo(s)
Tuesday, March 18, 2008
Questões...
Nenúfares, na mais branca paz
Cobrem um lago de solidão
Se tudo a melancolia desfaz
Poderá ainda alguém dar-me a mão?
Será a vida doce analogia
Num mundo repleto de solidão?
Existirá ainda a magia
Que une os pedaços do coração?
As almas são o mais frágil cristal
E partem-se com o mais dócil sopro de vento
Tristemente se escondem perante o mal
Dançando entre sombras de desalento
Poderá ainda alguém afogar
Este, tão desdenhoso, sofrimento?
Se a ignorância corrompe o ar
Conhecerá ainda alguém o sentimento?
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 3:20 PM 4 pensamento(s) profundo(s)
Sunday, March 9, 2008
Infeliz seja a hipocrisia...
Ah, doce hipocrisia
Confusa e elegante fantasia
Que destrói uma amizade num só momento
Tão rápido e triste, o pensamento
Qual punhal, o meu coração atinges
Querida e falsa amiga, porque finges?
Se a simples ocultação da verdade
Só traz mágoa e infelicidade
Trágica hipocrisia, o que fizeste?
Tantos anos de amizade desfizeste
Facilmente te reconheci
Venceste-me! Eu já caí...
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 8:53 AM 7 pensamento(s) profundo(s)
Wednesday, February 20, 2008
Pedaços de sonhos e sentimentos confusos...
Será que ele sente?
O turbilhão de emoções sob a minha pele
Tão frágil, tão doce, mas também cruel
Enquanto contemplo o sol poente
Será amor?
Se só eu vejo a beleza no teu olhar
Se só eu tremo ao sentir-te suspirar
O sentimento segue-me aonde eu for
Devo sonhar?
Enquanto o meu coração navega em espiral
Libertando alegria em pedaços de cristal
Será que alguma vez me irás amar?
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 5:52 AM 6 pensamento(s) profundo(s)
Thursday, February 14, 2008
Fatal dia de S. Valentim...
O sol esconde-se em luto fatal
A lua chora lágrimas de sal
O vento mal sopra, quase sem vida
Só a natureza vê a mágoa sentida
Pois agora chegou a altura
Mais um corpo encontrou a sepultura
Num dia tão belo, tão cheio de amor
Todos ignoram a derradeira dor
Mas também foi esse amor que me levou
Ensinou-me a voar e as asas me cortou
Trancou-me no inferno, depois de me levar ao céu
Ninguém saberá, tudo esconde o meu véu
Perdi tudo, nem sei quem sou
Ofereci a alma a quem me matou
Mas ainda vive o meu amor por ti
A emoção perdura, só eu é que morri...
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 12:41 PM 5 pensamento(s) profundo(s)
Monday, February 4, 2008
Sem ela, tudo se perdeu...
Presa num mundo ao qual nunca pertenci
Pergunto a mim própria o que faço aqui
O meu coração é agora teu
E, sem ele, a minha alma pereceu
A vida escorre pela minha pele fria
Apagando toda a dor que sentia
Eras a única luz do meu ser
E, sem ela, não quis mais viver
Branca, gelada, enfrentei a morte
Assim se esvaneceu a tua sorte
Eu caí, sem vida, aos teus pés
E, sem mim, tu nada és
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 7:27 AM 12 pensamento(s) profundo(s)
Wednesday, January 16, 2008
Em delírio...
Não sabes quem és, onde estás
Deixaste o mundo para trás
Só vives nesse único delírio
Que se esvanece em martírio
Numa pura ausência de compreensão
Invocas o nome da Solidão
Tornando-se claro como água
A existência do teu mundo de mágoa
Mas continuarás, então
A apodrecer na escuridão
Enquanto a vida reluz?
Será que não acreditas na alegria?
Ou talvez tudo o que antes existia
No teu desespero, não mais seduz...
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 7:37 AM 7 pensamento(s) profundo(s)
Wednesday, January 9, 2008
Só hoje...
Só hoje te vi
Só hoje amei
Só hoje vivi
Porque te encontrei
Só hoje sonhei
Com o teu sorriso
E não mais chorei
Pois já não é preciso
Só hoje descobri
Que a quem leva o amor
Também dança, também ri
Nem tudo é mágoa, nem tudo é dor
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 6:34 AM 2 pensamento(s) profundo(s)
Tuesday, January 8, 2008
Levam-te a alma...
O aroma a sangue perturba o ar
Nos cantos, esconde-se a solidão
Se ousares mais do que respirar
Também te leva a escuridão
Doce inocência, que tudo revelas
Levam-te a alma, levam a tua essência
E, por arte de sombrias velas
Se mostra inútil a tua existência
Cânticos de morte são trazidos pelo vento
Chora a Terra, pela filha que perdeu
E enquanto rodopia o desalento
O doce torna-se amargo, pelo mundo que sofreu
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 10:25 AM 1 pensamento(s) profundo(s)
Sunday, January 6, 2008
Só a ti...
Na tua crua ausência, desespera
A pura escuridão e o raio de luz
Tal como eu, todo o mundo espera
Por aquele, cujo olhar seduz
Rasga esse véu de desalento
Que cobre um coração inocente
Desfaz o ínfimo sofrimento
Que me fragilizou, de repente
E, ao libertar a ingenuidade
Esvaeceu-se a tristeza que senti
A minha alma, repleta de sinceridade
Pode dizer que só te amo a ti
poeticamente escrito por Isabel escondido nos confins da escuridão em 12:04 PM 3 pensamento(s) profundo(s)