Wednesday, March 13, 2013

Novo poema :)

Rasgam-se os panos, nas margens da batalha.

Riem-se os tolos das misérias da memória.
Enrolas a tua alma numa mortalha,
Sopras ao vento os estilhaços da tua história.

Cobre a saudade as lágrimas que não correm.
Chamas de horror que não te atreves a apagar.
Mágoas nuas, virginais, que discorrem
Sobre uma dor que nunca deves mostrar.

Foges de ti, tropeçando na agonia
De um coração dissecado em laboratório.
Escondes um texto que nunca ninguém leria.

Perdes o amor a toda a civilização.
Fazes da palavra, o teu oratório.
Alma perdida, o teu nome é solidão.

Tuesday, October 26, 2010

Histórias...

Era uma vez um castelo

em chamas.
Uma torrente de risos
queimados.
Um mortiço olhar de
despeito.
Vida.

Era um dia pálido e cinzento.
Eu contei até três e
saltei
de novo
para o abismo.

Mais uma vez.
Não podes.
Não paras a dor que atravessa o teu corpo,
lâmina prateada, silvando de horror.

Conta-me uma história,
uma história que não exista.
Quero fingir que sou outra e que
a vida que levo
afinal não é minha.

Eu não sou
completa.
Ser homogéneo e
inteiro.
Eu subsisto em vão.

Por uma vez, assume que não és pessoa!

Saturday, June 19, 2010

IV Prémio Poesia em Rede

Aproveito este longo tempo de ausência para partilhar uma notícia que me deixou bastante feliz...

Um dos meus poemas foi um dos segundos melhores poemas (prémio ex aequo) do IV Prémio Poesia em Rede.

O poema chama-se "Saudação à Vida".

Deixo o link para quem quiser ler (o meu e não só ;) ):




Friday, May 21, 2010

As palavras que eu sou...

Sinto-me como um fantasma atraiçoado,
Névoa esvoaçante, meio perdida,
Augúrio infeliz de solidão.
Arrasto-me, vencida, pelo chão
De mármore pálido da vida,
Pela luz, há tanto tempo, abandonado.

Nesta visão onírica de trevas,
Neste espelho de fulcral alucinação,
Fujo desses meus gritos de dor.
E embora neste dia claro esteja calor,
O corpo treme com o enregelar do coração.
Sofrimento, para que abismo me levas?

Wednesday, March 3, 2010

A rejeição é uma prisão da alma

Bebes do cálice da melancolia...
Pálida, ingénua... Luzidia.
Virtude desconhecida, ignorada...

Caminhas sozinha pelo deserto,
Desviada para um local incerto.
Perdida nas sombras do horizonte...

Num redemoinho de emoção, desapareces,
Atingida por opiniões que não conheces.
Corta as amarras do espírito!

Quem sabe o limiar da imaginação,
O limite entre sonho e ilusão?
Continua... Para a frente é o caminho...

Sunday, November 22, 2009

...

A noite iluminava uma obsessão,
Pairando sob um olhar desconhecido.
E o seu brilho sossegava a solidão
Que caminhava como um rouxinol perdido.

Acompanhada pela canção do luar,
Entreguei-me a uma busca incandescente.
Imaginei um destino por alcançar,
Enredada num ideal inexistente...

Ao embarcar nessa outra realidade
Por um instante que devia ser eternidade,
Encontrei os estilhaços do passado.

E enquanto, do mundo, me escondia,
Devolvi os sonhos que nunca teria.
Olhei para cima... E nasciam lírios no telhado...

Tuesday, October 6, 2009

Ser poeta...

Ser poeta é cantar o desalento
E entrelaçar em seda a loucura.
É perder-se no seu próprio sentimento
E abraçar o precipício com ternura...

Ser poeta é sentir num só segundo
Mais do que outros sentem toda a vida.
É o êxtase de conhecer um novo mundo
E de encontrar uma alegria desconhecida.

Ser poeta... Não é algo tão complexo,
Nem se oculta nos confins da escuridão...
Pois a poesia é de nós mesmos o reflexo.
Ser poeta? É conhecer o coração...